quinta-feira, 18 de abril de 2013

Lenda da Mãe d'água


       Espécie de sereia que vive no Rio São Francisco. Para os barqueiros, o rio dorme quando é meia-noite, permanecendo adormecido por dois ou três minutos. Neste momento, o rio pára de correr e as cachoeiras de cair. Os peixes deitam-se no fundo do rio, as cobras perdem o veneno e a Mãe-d’Água vem para fora, procurando uma canoa para ela sentar-se e pentear seus longos cabelos. As pessoas que morreram afogadas saem do fundo das águas e seguem para as estrelas.

     Os barqueiros que se acham no rio à meia-noite, tomam todo o cuidado para não acordá-lo. Se um barqueiro sente sede, antes de pegar a água do rio, joga nela um pedacinho de madeira. Se ele fica parado, o barqueiro espera, porque não convém acordar o rio: quem o fizer, poderá ser castigado pela Mãe-d’Água, pelo Caboclo-d’Água, pelos peixes, pelas cobras e pelos afogados, que não podem alcançar as estrelas.